sábado, janeiro 20, 2018

Como Resistir às Tentações do Adultério?

Jonas M. Olímpio
https://ebvirtual.blogspot.com.br

Uma quebra de aliança
conjugal começa na quebra da
aliança com Deus. Se quer 

saber se está em condições de 
resistir às tentações carnais, 
analise como está sua vida 
espiritual.
    O adultério[1] é uma das mais repugnantes práticas pecaminosas, porque ele não somente mancha o caráter moral e expõe a diversos riscos as pessoas envolvidas, como também afeta a todos os que fazem parte da sua vida. Geralmente, aqueles que se deixam levar pela satisfação passageira dos desejos sexuais ou por falsos sentimentos travestidos de amor, usam até mesmo a própria Bíblia na covarde tentativa de se justificar dizendo: “A carne é fraca”; mas se esquecem que no mesmo versículo em que diz que a carne é fraca, o Senhor Jesus também diz que o espírito está pronto, ou seja: nosso lado espiritual conhece a verdade e quer fazer o que é certo. Além do mais, o contexto dessa Palavra refere-se à oração, então, se querem realmente inseri-la nessa situação, isso significa que a própria pessoa admite que precisa orar mais e, inclusive, vigiar - tomar muito cuidado - em suas atitudes (Mt 26:41). Porém, alguns de “ânimo” mais aguçado poderiam me questionar: “Mas, em relação à tentação[2] sexual é diferente: o corpo foi feito pra isso; existe nos membros sexuais um constante e incontrolável pedido de prazer”; e então eu teria que responder que, urgentemente, é preciso parar de se esconder atrás da própria fraqueza e olhar para as Escrituras Sagradas e ver que é sim possível à um ser humano comum - mesmo com todos os seus membros sexuais ativos e aguçados - resistir às tentações.

  I.   As causas da tentação: As tentações são inevitáveis, pois somos humanos (1ª Co 10:12,13; Tg 5:17). No entanto, é preciso estar atento para não ceder à elas, por isso é necessário saber evitar tudo o que possa nos derrubar através dos desejos carnais, os quais costumam se manifestar de várias maneiras:
a)      Os sentidos naturais do corpo: As portas de entrada que estimulam nossos desejos são os olhos, por onde vemos e apreciamos o que é agradável; os ouvidos, pelos quais somos convencidos a agir; o paladar, um meio que, mesmo ainda não havendo um contato direto, sente vontade de saborear o corpo alheio como pelo beijo, por exemplo; o tato, que é o mais estimulado principalmente quando há uma aproximação mais intensa: geralmente, um abraço; e até mesmo o olfato, que serve como meio de excitação para pessoas mais sensíveis aos mínimos detalhes. Controlar esses sentidos não é tão fácil; porém, é importante lembrar que eles são dominados pela mente, pois somos seres racionais. Baseados nesse princípio, basta procurarmos ter autocontrole, pensamento firme naquilo que é certo e ocuparmos a mente com coisas saudáveis (Sl 101:2,3; Cl 3:2,3,5,6; Fp 4:7,8).
b)     Se colocar em situações de risco: Como sabemos que somos sujeitos ao pecado, devemos reconhecer nossa fragilidade e evitar ficar a sós e manter diálogos muito liberais com pessoas do sexo oposto. Isso também inclui um extremo cuidado com as conversas em redes sociais. Uma conduta vigilante é essencial para o autocontrole (1ª Pe 5:8,9) e, se for necessário fugir, fuja (Gn 39:7-12)!
c)      Auto-exposição: Esse fator se refere a ambos, mas o cuidado deve ser bem maior por parte das mulheres, pois a exposição do próprio corpo com vestes ou comportamento inadequados, como sorrisos maliciosos ou olhares insinuantes, as torna um alvo desejável para homens mal-intencionados. A partir do momento que a mulher - propositalmente ou não - causa excitação em homens, passa a eles a impressão de estar usando um cartaz que diz “estou disponível”. Diante disso, se ela não tiver realmente firmeza de caráter, em algum momento poderá não resistir às inevitáveis “cantadas”. A preservação da própria imagem é essencial para a preservação moral (1ª Ts 5:21,22; 1ª Co 10:32).

     II.  Adultério é desrespeito ao cônjuge, à família e a Deus: Atos de traição não representam apenas um estado de fraqueza carnal e espiritual, eles expressam também falta de maturidade, o que reflete no desrespeito aos compromissos em relação a tudo e todos que estão a nossa volta. Vejamos alguns dos principais exemplos:
a)      Representa falta de amor: A pessoa que ama respeita. Ainda que a tentação seja grande, não consegue fazer ao seu cônjuge o que não gostaria que ele fizesse com ela; pois mesmo que a atração tenha diminuído e os defeitos pareçam ser maiores do que no começo do casamento, se existe realmente amor, qualquer detalhe pode ser superado (1ª Co 13:4-7[3]).
b)     Demonstra falta de responsabilidade: Uma pessoa que constitui uma família e depois a desrespeita demonstra que não tem firme compromisso diante das responsabilidades que assume. O casamento é formalizado a partir de um juramento no qual está incluída a promessa de fidelidade sob quaisquer circunstâncias até que a morte os separe. Tal juramento é feito perante o cônjuge, a família de ambos, o Estado, a sociedade, a Igreja e o próprio Deus. Não cumpri-lo significa ter mentido diante do altar numa cerimônia que, independentemente de ter sido realizada em um templo ou não, é inegavelmente sagrada. Mentir já é um pecado grave (Jo 8:44), quanto mais diante de algo tão sagrado quanto a família (Gn 2:24; Mt 19:4-6). Além disso, deve-se ainda considerar que o casamento não lhe foi imposto, foi voluntário; e, se foi voluntário, precisa ser respeitado (Dt 23:21,22; Ec 5:4-7).
c)      Significa falta de temor: Qualquer pessoa que tenha o mínimo conhecimento bíblico sabe que o adultério é pecado, até mesmo porque isso consiste numa grave afronta aos padrões morais do ser humano em qualquer sociedade considerada normal. É inaceitável que alguém que se diz cristão cometa um ato tão abominável e fique com a consciência tranquila, pois o Espírito Santo é sensível e exige pureza; assim sendo, se um adúltero não se sente mal em suas atitudes, isso significa que ele já estava afastado de Deus a muito tempo, porque uma pessoa que peca e ainda tenha o temor[4] divino, prontamente se arrepende, pede perdão e procura consertar seu erro. Quem se conforma com o pecado não tem mais aliança com o Senhor e precisa, urgentemente, resgatar seus sentimentos espirituais, antes que seja tarde (Rm 12:1,2).

  III.  As consequências do adultério: Como na grande maioria dos atos pecaminosos, o adultério não atinge apenas os adúlteros, mas todos aqueles que fazem parte da vida deles. Além da morte espiritual - pois o Espírito Santo não habita em um “templo” de prostituição (1ª Co 6:15-20) -, a pessoa que desrespeita seu cônjuge está se destinando a arcar com prejuízos materiais, morais e sentimentais que passam a segui-la a partir daí:
a)      O adúltero fica em descrédito: Pessoas que caem em adultério, - mesmo depois de se arrependerem -, ainda carregam uma mancha por toda a sua vida. No caso de não conseguirem resgatar seu casamento - pois a Bíblia dá direito ao divórcio ao cônjuge traído (1ª Co 7:15,16; Mt 5:32[5]) -, na tentativa de se envolver novamente com outra pessoa, sempre vai enfrentar a desconfiança e questionamentos devido às razões de seu erro do passado. Quando consegue resgatar seu antigo casamento, a confiança também já não é mais a mesma, porque perdoar não significa confiar e, na mente do cônjuge sempre vai ter o seguinte pensamento: “Quem errou uma vez tem a tendência de errar novamente”. E os prejuízos vão além do âmbito sentimental, pois atinge todas as áreas, incluindo a ministerial, na qual é muito difícil se erguer novamente. Tudo tem o seu preço, principalmente o pecado (Rm 6:22,23; Gl 6:7-9).
b)     A vítima do adúltero é prejudicada em todos os sentidos: Seja homem ou mulher, quem tira uma pessoa de sua casa e de sua família assim alterando todo seu modo de viver, deve ter perfeito juízo sobre a seriedade do compromisso que está assumindo, pois se o relacionamento não der certo devido ao adultério - ou até mesmo outros motivos -, Deus vai requerer dele a maldade de ter ferido os sentimentos e a dignidade de uma pessoa que pode até ser levada ao sofrimento e à depressão por ter confiado e acreditado que ao seu lado teria encontrado sua tão desejada felicidade conjugal. O bem-estar das pessoas que vivem ao seu lado também fazem parte da mordomia cristã, ou seja: da responsabilidade do crente (Lc 12:42-46).
c)      A família do adúltero sofre por seu erro: A única vítima do adultério não é a esposa ou o esposo, mas, principalmente, os filhos. Pois, além de perderem a confiança - e, as vezes, até o amor - na figura de quem eles tinham admiração e respeito, estão também sujeitos a seguirem os maus exemplos chegando a ser, futuramente, pessoas infiéis. A responsabilidade da educação dos filhos, principalmente em sentido moral, é dos pais (Pr 22:6; Ef 6:4).

    O adultério não começa na cama, mas na mente e depois invade o coração de quem não está firme com Deus (Mt 5:27,28); por isso, é necessário conservar-se puro e irrepreensível para não arcar com as suas terríveis consequências. Mas existe perdão para o adúltero? Sim. Existe! Pois a fidelidade divina não se corrompe pela infidelidade humana (2ª Tm 2:13); porém, é preciso reatar o compromisso com o Noivo enquanto Ele ainda está concedendo oportunidade para uma reconciliação (Ec 7:26; Pr 6:23-26). Resistir ao adultério vai além de controlar a mente, o coração e o corpo, mas também depende da valorização do seu compromisso com Deus; pois quem se relaciona seriamente com Ele, tem esse amor refletido no relacionamento com seu cônjuge (1ª Jo 4:20,21). Quer resistir? Então não tente justificar sua fraqueza e honre os valores mais nobres que um ser humano - sobretudo um servo de Deus - deve respeitar (Tg 4:7).



[1]Adultério: Quebra da fidelidade conjugal. Adulteração, contrafação, falsificação. Heresia, apostasia.
[2]Tentação: Atração para fazer o mal por esperança de obter prazer ou lucro. Pode vir do tentador (Gn 3:1-5) ou de dentro do ser humano (Tg 1.14-15).
[3]Leviandade: Procedimento irrefletido, precipitado ou sem seriedade; imprudência (Jr 23:32; 2ª Co 1:17).
[4]Temor: Medo. Respeito. Reverência.
[5]Repudiar: Rejeitar. Divorciar-se; Repudiar a esposa. Renunciar voluntariamente: Arredar de si; repelir.

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