quinta-feira, setembro 29, 2016

A IGREJA PRIMITIVA ERA COMUNISTA?




Por Pr. Silas Figueira

INTRODUÇÃO

Texto base: Atos 4.32-37

O texto que estamos analisando nos mostra que na Igreja Primitiva não havia pessoas necessitadas entre eles. Que as pessoas que tinham bens, vendiam e traziam o dinheiro e depositava aos pés dos apóstolos, e eles o distribuíam de acordo com a necessidade de cada um.

Ao olharmos para esse texto sem analisá-lo dentro de seu contexto, a ideia que se tem é que esta Igreja era uma igreja “comunista”, como alguns costumam dizer. Mas tal interpretação está totalmente equivocada. E eu explico por que:

Tendo em vista que o comunismo é uma estrutura socioeconômica baseada na propriedade comum e no controle da propriedade de cidadãos em geral por parte de lideranças ou governos, é impossível que a igreja cristã praticasse um comunismo primitivo. Pois, apesar da igreja primitiva entregar seus bens e propriedades para que fossem repartidos por toda comunidade, tudo isso era feito sem obrigatoriedade, mas por voluntariedade. Esse entendimento fica mais claro, quando recorremos ao contexto imediato da referida passagem, onde lemos em Atos 5.4 Pedro dizendo para Ananias que o dinheiro da propriedade que ele havia vendido poderia ter guardado tudo para ele e sua esposa, ao invés de ter mentido ao Espírito de Deus, dizendo que estava dando todo dinheiro da venda ao apóstolo.

Na verdade, esse texto de Atos 4.32-37 é uma repetição de Atos 2.44,45 que nos diz:

“Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade” (NVI).

A Igreja Primitiva estava tão cheia do Espírito Santo que esses cristãos não só estavam testemunhando em palavras, mas também em serviço. Agiam movidos por um amor genuíno e espontâneo. Algo que é bem diferente do “comunismo” que alguns tentam identificar aqui.

Primeiro porque o comunismo proíbe a propriedade privada e a Bíblia não ensina isso. O pressuposto dos 10 mandamentos e da lei Mosaica, dada pelo próprio Deus, é a propriedade. Veja Êxodo 20.17: “Não cobiçarás a casa do teu próximo...”. Não devemos cobiçar algo que pertence ao próximo. O mandamento significa que eu posso desejar algo e trabalhar para conquistar de um modo honesto, mas não o cobiçar, que envolve o pensamento de inveja, e roubar, que envolve a violência para a posse, ambos os conceitos pregados pelo comunismo. Deus prometeu muitas bênçãos e o direito à propriedade, quando o povo entrasse na terra prometida. No Novo Testamento não se condena os patrões, mas sim os maus tratos e o desamor:

“Senhores, deem aos seus escravos o que é justo e direito, sabendo que vocês também têm um Senhor nos céus” (Cl 4.1 - NVI).

O que faz um patrão ser bondoso, gentil e amoroso com seus empregados não é o Marxismo nem a insanidade do comunismo truculento, mas o Espírito Santo de Deus que habita no coração do homem nascido de novo, que possui um coração amável e terno e que sabe que Deus irá cobrá-lo sobre o uso das riquezas muito mais do que irá fazê-lo com a maioria das pessoas.

Outro exemplo de que a Bíblia não proíbe as pessoas de possuírem bens nós encontramos em 1Tm 6.9,10,17,18:

“Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos. Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir” (NVI).

O texto por si só já nos diz que não há nenhum mal em ser rico, mas em confiar nele como se ele fosse Deus e não agir com generosidade para com os que estão passando por dificuldades.

Em segundo lugar porque para o comunismo Deus é o Estado e o Estado é Deus. Para Marx não há religião e nem Deus, há somente o povo e o partido, este ocupando na vida da cada um o papel que caberia à figura divina, através do Estado Todo-Poderoso. Assim, o Estado é o cuidador, a família, o juiz, o provedor, o médico, o defensor, etc. Destruir a religião, que no ocidente é majoritariamente cristã, é, portanto essencial aos planos da esquerda.

Por isso dizer que a Igreja Primitiva era comunista é um grande erro e uma total falta de conhecimento do que é o comunismo.

Aliás, as expressões “comunismo” e “socialismo” recebem significados nem sempre muito precisos. Numa explicação bem resumida, daria para dizer que, segundo a teoria marxista, o socialismo é uma etapa para se chegar ao comunismo. Este, por sua vez, seria um sistema de organização da sociedade que substituiria o capitalismo, implicando o desaparecimento das classes sociais e do próprio Estado. “No socialismo, a sociedade controlaria a produção e a distribuição dos bens em sistema de igualdade e cooperação. Esse processo culminaria no comunismo, no qual todos os trabalhadores seriam os proprietários de seu trabalho e dos bens de produção”, diz a historiadora Cristina Meneguello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) [1].

Mas quais as lições que podemos tirar desse texto para nós hoje?

A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE A COMUNHÃO DE BENS NÃO É UM FIM EM SI MESMO (At 4.32,34,35).

A Igreja Primitiva estava ajudando as pessoas de acordo com as necessidades que cada uma apresentava, mas essa não era a prioridade da Igreja e não o é até hoje. Não quero dizer com isso que devemos nos esquecer dos necessitados, principalmente os de dentro de nossas igrejas. Tal prática é condenada na Bíblia, inclusive ela nos ensina a ajudar os domésticos da fé (Gl 6.10). Aliás, a ela nos ensina que devemos fazer o bem a todos, mas a prioridade é assistir os familiares da fé. A nossa maior prioridade é nossa família, pois aquele que não cuida da sua família é pior que os incrédulos (1Tm 5.8). Depois devemos cuidar dos domésticos da fé (Gl 6.10), do nosso próximo de forma geral (Gl 6.2) e até mesmo dos nossos inimigos (Rm 12.20) [2].

Mas cada coisa no seu devido lugar.

1º - Porque obra social não é pregação do Evangelho. A prioridade da igreja e pregar o Evangelho, pois a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Cristo (Rm 10.17). A igreja que substitui a pregação por obra social não está cumprindo o Ide de Cristo. O Senhor ordenou a igreja ir pelo mundo afora pregando e ensinado e não fazendo obra social (conf. Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46,47).  

Justo Gonzáles diz que a “missão da igreja não é praticar essa comunhão, mas, sim, praticar o amor. Foi por isso que, mesmo no meio de uma igreja que praticava a comunhão de bens, Ananias poderia manter sua propriedade sem vendê-la nem dar nada do que ganhou com a venda para os apóstolos. Essa não era uma comunhão determinada por lei, antes, é o tipo de comunhão que representa uma expressão do amor do Espírito e da nova vida que ele nos traz” [3].

T. A. McMahon diz que prevalece entre muitos líderes religiosos, que professam ser cristãos evangélicos (ou seja, cristãos crentes na Bíblia), a promoção de um evangelho mais aceitável, que possa até mesmo ser admirado pelas pessoas do mundo inteiro. Hoje em dia, a forma mais popular desse tipo de evangelho é conhecida como “evangelho social”.

Os que apoiam esse movimento também acreditam que o alívio das condições miseráveis em que as pessoas vivem pode melhorar a natureza moral dos que sofrem essas carências [...] mais, os problemas do mundo são apenas sintomas. A causa real é o pecado [4]. E sem a pregação genuína do Evangelho o homem não terá consciência do estado em que se encontra diante de Deus, e não será através da obra social que ele terá esse conhecimento.  

Por isso que independentemente da pessoa viver em um palácio ou em uma palafita, se não tiver o Senhor Jesus como Senhor de sua vida estará vivendo uma vida de desgraça, pois a graça de Deus não repousa sobre ele. Ambos estão condenados ao mesmo inferno.

A crise do homem não é social, mas o pecado que o domina e o condena. Por isso que Jesus morreu na cruz do Calvário, para nos perdoar os pecados e nos reconciliar com o Pai, e não para que tenhamos uma vida social melhor.

2º - A igreja cheia do Espírito Santo não só prega a Palavra, mas também anda em comunhão e pratica a generosidade cristã (At 4.32,34,35). A vida cristã é uma balança, tem que haver equilíbrio. A obra social não é o Evangelho, mas quem prega e vive o Evangelho acaba fazendo obra social. E isso não é nenhuma contradição, isso é coerência. Por exemplo, dentro do espiritismo a obra social é uma obrigatoriedade, pois, na sua doutrina, quem tal coisa não faz irá reencarnar numa condição pior que a atual – essa, além de ser uma visão espiritual, é também uma visão egoísta. A pessoa não está preocupada com o seu próximo, mas está olhando para o seu umbigo.

Já o cristão age assim não para garantir vida eterna, mas porque é movido pelo Espírito Santo, e é incoerente você pregar o Evangelho e não levar o devido socorro a quem necessita de ajuda. Veja o que Tiago nos fala em sua carta:

“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem, porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: “Você tem fé; eu tenho obras”. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras” (Tg 2.14-18 – NVI). 

Mais uma vez eu afirmo que o Evangelho é uma balança e a Bíblia nos mostra isso de forma muito clara. Primeiro a salvação da alma, depois o social.

Por isso que os crentes cheios do Espírito Santo têm o coração aberto e o bolso também. O amor não consiste naquilo que falamos, mas no que fazemos. A comunhão passa pelo compartilhar. A unidade da igreja transformou-se em solidariedade. Pessoas eram mais importantes que coisas, pois os crentes adoravam a Deus, amavam as pessoas e usavam as coisas [5].

A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O TODO CRISTÃO É UM MORDOMO DAS COISAS DE DEUS (AT 4.32).

Está é a grande lição que o texto nos dá: nós não somos donos de nada, tudo pertence a Deus. Nós somos seus mordomos. Nós só administramos o que Ele coloca em nossas mãos. Quando o cristão tem essa consciência ele passa  a olhar para os bens que possuí com outros olhos. Ele aprende com isso algumas lições:

1º - O cristão não é dono de nada ele é só um administrador, ou seja, um mordomo. Mordomo, literalmente falando, é aquele que recebe a incumbência de administrar um patrimônio. É aquela pessoa a quem é entregue tudo quanto o senhor possui para ser cuidado e desenvolvido. É aquele a quem o senhor confia a direção, ou o comando, daquilo que lhe é mais valioso. No entanto o mordomo não é o dono, mas terá que prestar contas ao dono – veja a história de José no Egito (Gn 39.1-9).

2º - Deus tem todo o direito de pedir ao mordomo que distribua o que ele, como mordomo, administra. Quem tem essa consciência está livre da avareza, pois tal cristão reconhece que o Senhor pode lhe pedir a entrega de tudo e ele, por sua vez, não irá questionar Sua ordem.

O dinheiro pode ser uma benção ou uma maldição, dependendo da nossa submissão ou rejeição aos princípios da Palavra de Deus em relação aos bens materiais que estão sob a nossa guarda temporária. O dinheiro é o melhor escravo – o mais dócil e versátil, mas o pior senhor – o mais violento e cruel. O amor ao dinheiro cega a consciência, perverte princípios éticos mais elevados, gera uma ambição obcecante, tira a sensibilidade da pessoa para com as necessidades do próximo, deteriora o convívio do homem com a sua família e com a sociedade, gera conflitos, separação de casais, orfandade com pais vivos, desequilíbrios emocionais, traumas psíquicos, desvios de conduta, desajustamento de personalidade, sendo difícil imaginar que o inferno seria um tormento maior. Talvez seja a doença espiritual mais difícil de curar. Jesus mesmo afirmou: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Mc 10.23). Devemos colocar a nossa confiança em Deus, que pode prover todas as nossas necessidades, e não deixarmos a avareza ocupar todos os espaços do nosso coração em lugar da fé.

Veja por exemplo a parábola da vinha, onde um senhor havia arrendado uma para alguns lavradores e eles pensavam que eram donos dela (Mt 21.33-39). isso é um exemplo de como muitos cristãos tem praticado a sua mordomia. Pensam que são donos e se esquecem que um dia terão que prestar contas de tudo que o Senhor colocou em suas mãos para administrarem.

A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE SOMOS DESPENSEIROS DA PALAVRA DE DEUS ATRAVÉS DA PREGAÇÃO (At 4.33; 1Co 4.1,2).

A igreja orou pedindo poder e autoridade para pregar (At 4.29-31) e o Senhor lhes concedeu. Mas não podemos perder a foco de que até na pregação eles eram despenseiros ou mordomos. Observe que os apóstolos pregavam a respeito da ressurreição do Senhor Jesus e o Senhor confirmava a Palavra pregada por meio de sinais e da mordomia cristã aplicada à vida da igreja.

1º - Os apóstolos estavam sendo fieis a ordem dada pelo Senhor (1Co 4.1,2). O texto de 1 Coríntios 4.1,2 nos mostra exatamente isso. Observe o texto:

“Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (ARA).  
   
Os apóstolos estavam sendo fieis como mordomos do Senhor. O apóstolo Paulo aqui em 1Co 4.1 diz que o obreiro é um despenseiro ou mordomo. A palavra grega usada por Paulo éoikomonos, de onde vem a palavra mordomo. O oikomonos era um administrador, mordomo, dirigente de uma casa, com frequência um escravo de confiança que era encarregado de todos os negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande responsabilidade, pela qual deve prestar contas. O que isso sugere?

a) Não era competência do mordomo prover o alimento para a família; essa era uma responsabilidade do dono da casa. O ministro do evangelho não tem o alimento, porque esse já foi providenciado. Esse alimento é a Palavra de Deus. Compete ao ministro dar a Palavra de Deus ao povo (1Tm 3.16, 17).

b) Não era função do mordomo buscar nova provisão ou servir alimento que não fosse provido pelo senhor.

c) A função do mordomo era servir as mesas com integridade. Cabe ao ministro transmitir o que recebeu. Ele não cria sua própria teologia ou ideia a fim de aplicá-la e ensiná-la (1Co 15.3).

d) O despenseiro precisa ser absolutamente fiel no exercício do seu trabalho. A função do mordomo não era agradar às demais pessoas da casa, nem muito menos aos outros servos, mas ao seu senhor [6].

Os apóstolos entraram em crise direta com o Sinédrio e com outras autoridades judaicas, pois eles desobedeceram a ordem de não pregar a respeito de Jesus e da Sua ressurreição. Eles fizeram isso por serem fieis a ordem dada por Jesus a quem eles iriam prestar contas um dia. 

É uma lástima saber que muitos líderes de hoje não têm essa consciência também.

2º - O Senhor estava confirmando a palavra pregada manifestando a Sua graça. Uma coisa que nós ministros do evangelho devemos pedir ao Senhor é que ele confirme a Palavra por nós pregada, através de vidas transformadas, pessoas sendo salvas e a Sua graça abundante sendo derramada sobre a Sua igreja.

Esta, pelo menos, tem sido a minha oração diariamente.

A QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE O EVANGELHO TEM QUE SER VIVIDO NA PRÁTICA (At 4.36,37)

A Bíblia descreve Barnabé como um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé (At 11.24). Aqui ele nos é apresentado abrindo mão de uma propriedade para assistir aos necessitados da igreja. Ele nos é um exemplo a ser seguido e não invejado como fizeram Ananias e Safira (At 5.1,2), que por causa disso morreram. Barnabé exerceu um ministério extremante importante na igreja, sendo mencionado pelo menos 29 vezes no livro de Atos e outra cinco vezes nas epístolas [7]. 
      
1º - Barnabé praticava a liberalidade. Uma coisa é a pessoa ser fiel outra é ser fiel e liberal esse era o caso de Barnabé.

Os levitas não podiam possuir terras, de modo que é difícil entender como Barnabé adquiriu a propriedade e vendeu. Talvez essa lei específica (Nm 18.20; Dt 10.9) se aplicasse somente à Palestina e sua propriedade estivesse em Chipre [8]. Mas de uma coisa nós sabemos, este homem era uma pessoa que cria em Deus e acreditava que o que os apóstolos estavam fazendo procedia do Senhor.

Observe que ele depositou aos pés dos apóstolos todo o dinheiro da venda do campo. Só faz uma coisa dessas quando se crê na obra que se está realizando em nome do Senhor. É bem sabido que hoje há muitos pilantras que tem arrecadado fortunas em nome da obra de Deus para benefício próprio, mas não era o caso dos apóstolos e de muitos ministérios que temos visto por aí. Se existe o falso é porque existe o verdadeiro, isso é um fato.

2º - Barnabé era um homem que investia nas pessoas. Um dos grandes ministérios que vemos em Barnabé é que ele sempre depositava um voto de confiança em quem acreditava e que outros desacreditavam.

● Quando Saulo de Tarso se converteu, foi ele quem o apresentou aos apóstolos em Jerusalém (At 9.26-29). Enquanto todos estavam com medo de Saulo, Barnabé acreditou em sua conversão e lhe estendeu a mão.

● Quando a igreja de Antioquia precisou de um pastor foi Barnabé que foi enviado para lá (At 11.19-22). Esta era uma igreja gentílica.

● Ele se alegrava com as bênçãos do Senhor sobre a vida das outras pessoas (At 11.23,24). Como é difícil encontramos pessoas que se alegram com os se alegram, é mais fácil encontrar pessoas para chorarem com você do que se alegrarem com as bênçãos que você recebe.

● Barnabé reconheceu que precisava de ajuda. Ele era uma pessoa humilde e reconhecia as suas limitações. Por isso ele foi a Tarso buscar Paulo para ajudá-lo (At 11.25,26).

● Barnabé investiu na vida de João Marcos quando este, por ter tido um problema com Paulo se separaram. Barnabé ficou com João Marcos e investiu nele (At 15.36-39). Veja o resultado deste investimento: Marcos tornou-se útil, o próprio Paulo reconheceu isso posteriormente (2Tm 4.11). Através deve investimento de Barnabé, hoje nós temos o Evangelho segundo Marcos. 

Se existe um ministério que temos urgência de termos em nossas igrejas é o ministério de Barnabé, ministério esse que não descarta as pessoas, mas investe nelas e as fazem úteis para a boa obra do Evangelho. 

Barnabé era um excelente mordomo de Cristo. Ele investia os bens que o Senhor lhe confiara e investia nas pessoas que pertenciam ao Senhor também. 

Você tem agido assim meu irmão?

CONCLUSÃO

Se há algo que podemos descartar de imediato nesse texto que estudamos é que a Igreja Primitiva era uma igreja “comunista” como alegam alguns. Era sim, uma igreja cheia do Espírito Santo, e, por isso, investia os seus bens para socorrer os mais necessitados dentro da igreja. Aprendemos também que obra social não é o evangelho, mas é uma forma de mostrar o verdadeiro evangelho.

A prioridade da Igreja é pregar o Evangelho levando as pessoas a conhecer a Cristo, as outras coisas são consequências dessa mensagem transformadora. Por isso não inverta essa mensagem como alguns hoje tem feito. A crise do homem não é a crise da falta de moradia, alimentação ou educação... Mas a crise do homem é a falta do perdão dos seus pecados, é a falta de se reconciliar com o Seu Criador.

O perdão dos pecados independe da pessoa ser rica ou ser pobre. A mensagem do Evangelho tem ser pregada a todas as pessoas, pois onde o Evangelho entra sempre há prosperidade. Não estou falando de riqueza. E prosperidade é mais que bens materiais, mas a presença do Senhor conosco durante todos os dias de nossa vida. É a certeza da salvação e saber que o nosso nome consta no Livro da Vida.

Pense nisso! 
 
Fonte:

1 – Redação Mundo Estranho. Qual a diferença entre comunismo e socialismo? Existiu algum país realmente comunista? http://mundoestranho.abril.com.br/historia/qual-a-diferenca-entre-comunismo-e-socialismo-existiu-algum-pais-realmente-comunista/, acessado em 23/09/2016.
2 – Lopes, Hernandes Dias. Gálatas, a carta da liberdade cristã. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2011: p. 269.
3 – Gonzáles, Justo L. Atos, O Evangelho do Espírito Santo. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2014: p. 101.
4 – McMahon, T. A. O Vergonhoso Evangelho Social.http://www.chamada.com.br/mensagens/evangelho_social.html, acessado em 23/09/2016.
5 – Lopes, Hernandes Dias. Atos, a ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2012: p. 112.
6 – Lopes, Hernandes Dias. 1 Corintios,Como resolver conflitos na igreja. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2008: p. 71;74.
7 – Wiersbe, Warren W. Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 545.
8 – Wiersbe, Warren W. Novo Testamento 1, Comentário Bíblico Expositivo, Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 545.

quinta-feira, setembro 22, 2016

Músicas para avivamento missionário de sua igreja - Hinário Hinos Missionários


Você com certeza deve conhecer alguns daqueles hinos de temática missionária, que incentivam a igreja à evangelização e estão presentes nos hinários tradicionais de nossas igrejas, tais como o Cantor Cristão, a Harpa Cristã, Salmos e Hinos, Hinário Aleluia e outros. Imagine-os reunidos em um só lugar, um só hinário? Pois é o que encontramos no hinário HINOS MISSIONÁRIOS.
O livro, gratuito, reúne em suas páginas uma seleção de hinos e louvores que vão servir de precioso auxílio para o esforço de avivamento missionário/evangelístico de sua igreja.
O Hinário conta ainda com recursos para facilitar sua consulta e utilização, como índice dos primeiros versos dos hinos e índice de autores e tradutores, além de nota introdutória sobre cada hinário antologiado.


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terça-feira, agosto 30, 2016

Não Aguento Mais Tantas Regras! Quero Ser Independente! Será que Devo Sair de Casa?

Jonas M. Olímpio
http://ebvirtual.blogspot.com.br/

Ir embora quando algo não está bem 
parece ser uma boa saída; porém, 
fugir de um problema e encontrar 
 vários outros não é uma solução tão 
sábia assim.
    Acordar cedo, arrumar a cama, ajudar nos serviços de casa, estudar, precisar dar explicações quando tirar notas baixas, escutar reclamações, ter que dividir a televisão e o computador com os irmãos, controlar o horário para chegar cedo quando sair e, se trabalhar fora, ainda ter que ajudar financeiramente. É... Vida de solteiro dentro da casa dos pais não é nada fácil não! Então, a mente começa a martelar aquela velha “solução” estratégica: “Preciso arrumar um canto só pra mim!”. Sabe o que eu tenho a dizer para quem pensa assim? “Parabéns!”. Isso mesmo. Só consegue pensar em liberdade quem tem ousadia para tomar atitudes radicais e enfrentar o selvagem mundo lá fora sem a proteção da família. É admirável a personalidade forte de quem planeja sua fuga da “ditadura” dos pais, porque certamente ele tem condições para cumprir com todas as responsabilidades que surgirão e ainda terá tempo para estudar, fazer comida, lavar roupas, limpar a casa, e ainda conseguir curtir a vida sossegado, afinal, agora a TV e o PC são só dele e, além do mais, ele também pode sair e voltar na hora que quiser sem ter que dar satisfações a ninguém; pois agora é tudo só dele assim como também o dinheiro... O dinheiro? Opa! Peraí! O dinheiro vai dar pra tudo isso? Parece que além do tempo necessário para se cumprir com as obrigações normais, ainda encontramos aqui um outro “probleminha” bem mais sério: suprir as necessidades financeiras da “liberdade” - aluguel, água, luz, telefone, cartões de crédito, etc. e muitas outras etc’s... - não é a mesma coisa que dar uns trocados em casa uma vez por mês sabendo que os pais vão bancar o restante sem te cobrar nada. E agora? Será que não é melhor repensar seus conceitos de liberdade?
    Só pra ajudar a reforçar seu raciocínio enquanto decide, vou te contar a história de um jovem na Bíblia que também pensava igualzinho a você e um dia resolveu sair de casa. Sim. É dele mesmo que estou falando: o filho pródigo[1] (Lc 15:11-32[2] [3] [4] [5])! Apesar de ser apenas uma ilustração, essa história contada por Jesus nos dá uma clara noção sobre as desvantagens e os perigos de tentar se aventurar fora de casa sem estar preparado para isso. Vejamos apenas dez das muitas lições que podemos aprender com os erros desse rapazinho cabeça dura:
1 - Falta de sentimento afetivo:
    Ele tinha um pai, provavelmente uma mãe, e um irmão, mas não se importou com eles e quis se distanciar do seu lar.
    O desapego à família já é um sinal de que algo não está bem, pois o convívio familiar é um dos princípios bíblicos de maior valor para os servos de Deus, devendo ser interrompido apenas pelo casamento (Gn 2:24; Mc 10:7). Qualquer outra razão que te faça ter vontade de sair de casa como, por exemplo, a autoridade dos pais ou a simples vontade de curtir a vida, deve ser encarada como um problema e não como uma solução porque a desagregação familiar nada mais é do que mais uma ação maligna para oprimir o ser humano (Tg 3:14,15[6]).
2 - Interesse pelo dinheiro:
    Ele poderia ter saído sem nada, com a intenção de arrumar um emprego, mas demonstrou que o mais importante eram as posses da sua família.
    A cobiça tem sido uma das maiores razões de desentendimento entre pais e filhos e entre irmãos. Muitos, mesmo sem sair de casa, demonstram uma preocupação tão grande pelos bens materiais que excedem ao zelo e evidenciam seu caráter egoísta; isso fica bem claro ao exigirem sua parte ou seus “direitos” em tudo sem se importarem com seus irmãos e com o quanto aquilo possa ter custado aos seus pais. Pensar em si mesmo mais do que nos outros é um sentimento de indiferença que precisa ser combatido e substituído pelo sentimento de amor, o qual nos leva a querer ajudar e dividir o que temos em vez de somente usufruir daquilo que parece termos direito (Fp 2:3,4).
3 - Desrespeito pela hierarquia familiar:
    Tradicionalmente, a herança só é dividida após a morte dos pais, com exceção de quando os mesmos decidem entregá-la ainda em vida. Tomando a iniciativa de pedi-la antecipadamente, ele agiu de forma desonrosa em relação à autoridade de seu pai e à primogenitura do irmão mais velho que, em caso de necessidade, era quem teria por direito fazer a solicitação da divisão dos bens.
    Passar por cima da autoridade de alguém - principalmente do pai - e ferir os direitos alheios é uma grande demonstração de arrogância e rebeldia. Nesse caso, vemos também uma certa falha do pai, o qual podia lhe ter negado esse pedido absurdo e deixado bem claro que se ele quisesse sair teria que ir sem nada; dessa forma, muito provavelmente, como na maioria dos casos, ele desistiria de ir embora porque não poderia executar seus planos supérfluos sem dinheiro. O mal de muitos pais é não saber diferenciar entre amor e falta de autoridade e, por dó de corrigirem duramente, muitas vezes acabam contribuindo com o pecado e o futuro sofrimento dos filhos e deles próprios. Assim como a obediência dos filhos, a autoridade paterna não é uma opção, mas uma determinação divina (Cl 3:20,21).
4 - Falta de responsabilidade:
    Ele desperdiçou tudo o que tinha, sendo que, mesmo que quisesse se divertir, poderia ter feito isso moderadamente guardando uma parte para investir em algum negócio próprio ou, pelo menos, deixando alguma reserva para ter com o que se sustentar até conseguir um bom emprego, se casar e viver tranquilamente.
    Essa é uma característica bastante comum em muitos desajuizados: apenas se divertir como se a vida fosse um belo mundo encantado cheio de fantasias. Ao sair de casa, ele não considerou o fato de que a partir daquele momento não podia mais contar com o apoio do pai e que os valores financeiros que levava nos bolsos eram a única coisa que ele tinha, sendo assim necessária uma boa administração, pois seu futuro era incerto. Agir com prudência é um ato de responsabilidade obrigatório para não sofrer no futuro (Lc 14:31,32).
5 - Excesso de confiança na estabilidade:
    Certamente ele achou que sempre haveria recursos ou empregos no lugar aonde estava. Quando uma grande crise atingiu aquela região, ele não tinha mais dinheiro sequer para procurar um lugar melhor.
    Estar preparado para tudo não é paranóia[7] de pessimistas como pensam alguns, mas sim uma prova de sabedoria e sensatez; isso porque a pessoa sábia tem ciência de que não existe estabilidade no mundo que vivemos e a pessoa sensata tem maturidade suficiente para entender que o que ela possui não vai durar para sempre. É óbvio que devemos ter nossa confiança centralizada em Deus, mas ignorar a possibilidade de perdas não é sinal de fé e sim de irracionalidade por estar colocando à prova a misericórdia divina (Lc 14:28-30).
6 - Tentar remediar a situação para não encarar a vergonha da volta para casa:
    Recorrer à família depois de tê-la abandonado não fazia parte de seus planos, então o jeito era tentar sobreviver a todo custo ainda que isso significasse sujeitar-se a enfrentar situações para as quais ele não estava preparado como, por exemplo, apascentar porcos.
    A princípio, reconhecer um erro parece ser um simples ato de se expor à humilhação, e é esse sentimento de orgulho que provoca o aumento do sofrimento numa situação que poderia ser facilmente resolvida. Não querer mudar de atitude expõe a pessoa a situações ainda mais humilhantes e castigadoras do que o pedido de perdão e o conserto do erro. Para muitos, principalmente os jovens, o orgulho é um grande inimigo que precisa ser combatido com a convicção de que a maior dignidade está na humildade de admitir as falhas e não na arrogância de querer mostrar que está sempre certo (1ª Pe 5:6,7).
7 - Despreparo para enfrentar trabalhos difíceis:
    O único emprego que conseguiu, além de estar fora de suas condições de exercê-lo e de não ser muito agradável, parecia não ter uma remuneração muito justa, pois ele não tinha nem mesmo o que comer.
    A Bíblia não relata, mas a situação nos leva a supor que ele era um filho mimado, criado com excesso de liberdade, não muito aplicado aos estudos e nem ensinado a exercer serviços mais duros. Esse despreparo, no momento de dificuldade, o levou a sofrer porque ele não encontrou nada para fazer que estivesse à altura de sua capacidade; além do mais, o fato de estar trabalhando num lugar aonde não tinha nem o que comer, evidencia um certo descaso por parte de seu patrão e uma falta de habilidade ou conhecimento de sua parte para lutar pelos seus direitos. Isso reflete a mais pura realidade em que vivem muitos de nossos jovens: descaso com os estudos, desinteresse pela qualificação profissional, desconhecimento sobre as leis e falta de argumento para se defender quando é injustiçado. Muitas coisas que passamos são conseqüências do despreparo no passado; a construção do futuro depende bastante do planejamento que é feito hoje (Pr 24:27).
8 - O abandono das pessoas próximas:
    Todos ali sabiam da situação, mas ninguém lhe dava nada. Talvez essas mesmas pessoas tivessem se divertido com ele quando estava cheio de dinheiro; porém, no momento de necessidade, lhe viraram as costas.
    Sabe aqueles amigos que sempre te convidam para baladas, pizzaria, passeios, festinhas e as vezes até mesmo para eventos de igreja, mas que sempre fazem questão de lembrar que tem que levar grana pra “rachar” conta? Quer saber se eles são teus amigos de verdade? Diga que está doente ou que não tem dinheiro... Quantos será que vão te oferecer ajuda ou continuar andando com você? Muitas vezes nos decepcionamos por achar que podemos contar com todos que aparentam estar ao nosso lado, por isso é essencial ter um certo discernimento para poder selecionar bem as amizades e, mesmo assim, ainda estar preparado para encarar possíveis desilusões (Pr 19:4,7).
9 - A lembrança do conforto do lar na hora do aperto:
    Apenas na hora de maior sofrimento, não havendo mais condições de enfrentar sozinho a situação, “lembrou-se” da confortável casa do pai.
    A coisa apertou, todas as possibilidades de saída já estavam esgotadas, então não tinha outro jeito a não ser suportar a vergonha e ir bater à porta da casa do pai torcendo para ele ter misericórdia e aceitá-lo de volta. O interessante é que nessa hora ele se lembrou de Deus também - porque confessou ter pecado contra o céu -, o que mostra que ele foi criado num lar religioso. Muitos apenas se lembram da família e do próprio Deus apenas quando os problemas aumentam e eles percebem que não têm mais como resolver sozinhos. Esse é um dos maiores exemplos da hipocrisia humana e é uma das razões pelas quais o Senhor permite tanto sofrimento ao homem; muitas adversidades que passamos são apenas oportunidades para que reconheçamos nossos erros, peçamos perdão e mudemos de atitude. Lembrar das bênçãos que já alcançamos e desperdiçamos, do chamado, das promessas e dos livramentos que já tivemos, muitas vezes, nos levam a renovar nossas forças e ter esperança para seguir em frente. Porém, melhor que isso é lembrarmos sempre de Deus, para não termos que implorar sua misericórdia nos momentos de maior sufoco (Jn 2:1,2).
10 - A humilhação de voltar atrás e pedir perdão:
    Não tendo outra alternativa, tomou a difícil decisão de enfrentar a vergonha se humilhando e, admitindo que errou, pedir para voltar à mesma família a qual ele tinha abandonado.
    Há situações embaraçosas que somos nós mesmos que criamos. É inegável que foi nobre sua atitude de se reconciliar com a família, mas toda essa amarga experiência foi fruto de sua própria negligência para com ele mesmo. Ainda que tenha sido recebido de braços abertos pelo pai, isso não significa que ele não tenha sofrido as conseqüências de seus atos, pois, como podemos ver adiante, teve que enfrentar a rejeição do irmão mais velho e, certamente, a discriminação das demais pessoas que não mais podiam confiar nele como um homem responsável e digno de respeito, o que pode também tê-lo levado a ter dificuldades para conseguir um casamento porque os pais daquela época - como os de hoje também - observavam muito a capacidade e o caráter de um rapaz antes de aceitá-lo como noivo de sua filha. Ser jovem numa sociedade como a nossa já não é fácil devido à má fama que a juventude atual carrega e, se der motivos então, torna-se quase impossível conquistar novas oportunidades. Há feridas que até são curadas, porém, as cicatrizes ficam e denunciam a existência daquele mal que, mesmo não mais estando ali, levam muitos a te ver alguém que não tem uma saúde perfeita. É importante preservar a integridade, pois ela é um dos poucos valores que nos levam a sermos avaliados pelo que somos e não pelo que temos (Pr 28:6; 16:8).
    Como vimos, o abandono de um lar, ainda que pareça ser por motivos justos, causa irreparáveis transtornos que vão muito além do prejuízo material. Por isso, quando seus pais reclamarem de suas atitudes, antes de se revoltar, lembre-se que eles querem o seu bem e que, com toda certeza, a razão dessa reclamação não está na rabugice deles e sim em algum erro seu que estão corrigindo para que você próprio e nem eles venham a sofrer depois. Se, por ventura, forem injustos, lembre-se também que ninguém é perfeito e que cabe a você reagir com respeito e pedir sabedoria a Deus para que te dê graça para lhes mostrar o porquê de sua razão e juntos chegarem a um acordo razoável para ambas as partes. Também não é necessário se culpar por, em alguns momentos, achar a vida dentro de casa entediante e ter vontade de sair, pois você é um ser humano normal e sua adrenalina pede isso. No entanto, busque satisfazer essa necessidade de diversão de uma maneira saudável colocando sempre em primeiro lugar o amor a Deus e à sua família, pois, sendo infiel a eles, você estaria jogando fora sua própria salvação e causando dores irreparáveis naqueles que te amam. E uma outra coisa que você pode ter absoluta certeza é de que quando tiver seus filhos, você tentará controlá-los da mesma forma e também sofrerá quando eles te desobedecerem. Você quer que a sua casa seja um lugar melhor? Então comece por você mesmo sendo um filho melhor, um irmão melhor, um vizinho melhor, um namorado melhor, um aluno melhor, um funcionário melhor, um crente melhor... enfim, uma pessoa melhor para depois poder esperar que todos a sua volta, principalmente seus familiares, sejam melhores para com você (Lc 6:31; Jo 13:15). Um bom meio de convívio é construído por nós mesmos através da nossa boa convivência com o próximo. Quer conquistar um bom casamento constituindo um lar abençoado? Então seja uma bênção desde já para ser digno de colher bons frutos quando você for o chefe da casa. Valorize sua família enquanto ainda a tem; melhor é o desconforto das cobranças do que um dia sentir a dor da saudade e do remorso por lembrar que não foi um bom filho e agora não há mais como voltar atrás. Quer independência? Então ganhe sabiamente a confiança dos seus pais pelas suas boas atitudes; agindo assim, não só obterá boas experiências, como também sempre terá um lugar de honra entre os seus (Tg 3:13,17).



[1]Pródigo: Que despende com excessiva profusão; que desbarata os seus bens; dissipador, esbanjador, gastador, perdulário. Que distribui, faz ou emprega com profusão: Pródigo de elogios. Generoso, liberal. Aquele que gasta e destrói desordenadamente seus bens, reduzindo-se à miséria. Pessoa que por sua prodigalidade se torna incapaz de administrar seus bens.
[2]Fazenda: Riquezas e bens; Finanças.
[3]Dissolutamente: Desregradamente: sem regra; sem controle, sem limites. Com lascívia, perversão, imoralidade.
[4]Bolota: Alfarroba (vagem grande produzida pela alfarrobeira. Sua polpa, doce e nutritiva, é usada como alimento para animais, inclusive os porcos).
[5]Cevado: Animal engordado (Lc 15:23).
[6]Faccioso: Seguidor de uma facção. Parcial. Sedicioso. Perturbador da ordem. Causador ou defensor de rebeliões ou confusões.
[7]Paranoia: Psicose caracterizada por um conceito exagerado de si mesmo e ideias de perseguição, reivindicação e grandeza, que se desenvolvem progressivamente, sem alucinações.

Jonas M. Olímpio