domingo, agosto 06, 2017

Agosto, um mês que chega com boas lições


PASTOR ARMANDO VANELLI


Blog do Pastor Vanelli

Então, eis que já estamos em agosto.Isso mesmo, parece que o 1º de janeiro foi ontem. O tempo tem passado numa velocidade descomunal, mas com certeza são as nossas múltiplas atividades que fazem com o tempo urja tão veemente. Mas, se chega um novo mês, um novo tempo, é sempre bom deter-se sobre ele. Por exemplo, agosto é um mês muito interessante, além de ser o segundo mês do segundo trimestre do ano, é um mês que dá mostras da transição do inverno para a primavera, que começa às 17:02 (sem horário de verão) do dia 22 de setembro e termina em 21 de dezembro de 2017.

E agosto tem ainda um piques, uns resquícios do inverno que se esvai com uma  brisa quase que diuturna. Com esse vento constante desperta nos meninos um forte estímulo para empinar pipas, e muitas delas estão por todos os cantos da cidade. Nos parques, nos descampados e até mesmo entre o emaranhado de fios elétricos e telefônicos surgem com as mais variadas formas e cores que no lindo céu azul as pipas embelezando o ar e vindicando uma acirrada disputa entre os empinadores, com destaque a altura, manobras e "taios", tentando cada um prevalecer com a sua arte o maior tempo possível no ar.

Hoje, na modernidade, qualquer garoto faz uma pipa com facilidade. Há papeis, varetas e colas especiais para a confecção das pipas, que a cada região tem um nome: quadrado, maranhão, papagaio, pandorga ou raia. No meu tempo de garoto não era fácil fazer um pipa.Em princípio o que se conseguia era folha de papel da embalagem do macarrão Maravilha(lembra disso?), uma cola de trigo ou de sabão e as varetas de bambu que se cortava de uma taquara e com uma pequena faca trabalhava se para dar a devida curvatura no arco do pipa.

Mas por trás dessa brincadeira sempre havia algo que me impressionava, por exemplo, a condição de cada garoto que empinava sua pipa.Eu sempre tinha algum retrós de linha de costura que ganhava de alguém, mas havia alguns meninos mais afortunados que traziam em suas maquininhas de soltar pipa, 2 ou 3 carreteis de linha de ótima qualidade, havia uma marca muito popular entre os pipeiros que a linha Corrente, e cada carretel tinha 131 jardas ou 120 metros cada. A considerar 3 carreteis de linha soltos para uma pipa, 360 metros era uma considerável altura, e as pipas se perdiam de vista.

Residindo num simples bairro chamado Vila Bazani em Itapira,SP, e ali nas imediações havia um menino chamado Vineu, Vineu Piolo e ele era uma espécie de um professor Pardal dos arrebaldes, fazia uma engenhocas para empinar pipas e usava até 5 carretéis de linha, logo era o campeão em altura naquela redondeza.

Chegava agosto,  a lição de casa ficava para depois. Todos no largo 13 de maio, praça da famosa festa de 13 de maio, e toma de levantar e empinar viva. As horas voavam, e ao anoitecer retornávamos ás nossas casas. Uns alegres pela proeza de ter conseguido por o seu pipa lá nas alturas, outros cabisbaixos porque a linha se rompeu e adeus ao colorido brinquedo.

Na época ainda não tinha conhecimento da Palavra de Deus, mas hoje relembrando historias da minha infância me permito pensar a capacidade daquele vento de agosto de levar os nossos maranhões às alturas, mas e o vento, onde nascia aquele vento? Um dos textos que mais me chamou a atenção quando comecei a ler a Bíblia foi este: "O vento sopra onde quer: ouve-lhes o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai" João 3.8a, citado por Jesus no diálogo com Nicodemos e tratando do novo nascimento.

De certa forma nós não tínhamos um conceito de coisas divinas, mas também não pudíamos fugir da realidade de que até naquele vento era possível imaginar a presença de Deus. E isto me faz lembrar, ainda que possa parecer redundância, de um grande evangelista da tevê, nos meus primeiros idos da vida cristã, e ele contou que um homem ao passar perto de um menino que tinha um largo sorriso nos lábios, olhava atentamente para cima enquanto segura uma lata onde estava amarrada a linha, disse: está sorrindo porque ?  Ao que o menino lhe disse: meu papagaio está quase perto de Deus. O homem imediatamente disse: Deus? Deus não existe, o que não se pode ver não existe. O menino então disse: olha o meu papagaio, e o homem por mais que se esforçava não conseguia ver. Então o menino disse: segura aqui a minha linha e aquele senhor  pegou a linha, puxou duas ou três vezes e disse: e daí menino? E o garoto respondeu é assim com Deus, o senhor não viu meu papagaio, mas sentiu a força dele na linha, é assim com Deus, não posso vê-lo,mas sei que Ele está lá.

Assim é a vida do que crê, sabe e conhece que Deus está presente em cada detalhe da vida cotidiana, por isso aproveite que agora é tempo em que o Espirito está soprando sobre cada igreja que prega a verdadeira Palavra  e se entregue a Deus, abra seu coração para Jesus. Você pode não vê-lo,mas com certeza está batendo à porta do seu coração. Não hesite ou  espere mais, tome a decisão, abra seu coração e desfrute da presença real de Deus na sua vida.



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segunda-feira, julho 17, 2017

JÓ E A FÉ NOSSA DE CADA DIA























Por Pr. Silas Figueira


Texto base: Jó 1.1,8;2.3

INTRODUÃO

Quando lemos a história de Jó nós deparamos com algo muito maior que uma questão de alguém bom passando por uma crise; nós nos deparamos com uma guerra cósmica. Nós nos deparamos com Satanás questionando o próprio Deus. A acusação feita por Satanás de que Jó ama a Deus só porque ele tem tudo e nada lhe falta é uma forma de ferir o caráter e integridade de Deus:

“Acaso não puseste uma cerca em volta dele, da família dele e de tudo o que ele possui? Tu mesmo tens abençoado tudo o que ele faz, de modo que todos os seus rebanhos estão espalhados por toda a terra. Mas estende a tua mão e fere tudo o que ele tem, e com certeza ele te amaldiçoará na tua face” (Jó 1:10,11 NVI).

Com isso Satanás, sem nenhum escrúpulo, ataca o caráter divino. Satanás está dizendo que o Senhor não é digno de ser amado em si mesmo, que as pessoas o seguem somente porque ganham algo com isso ou estão sendo “subornadas” para agir assim.

Por isso, quando lemos o livro de Jó devemos entender que o livro não fala de sofrimento, mas de fé. É a história de um homem que foi escolhido por Deus para passar por uma experiência penosa e estarrecedora através da tribulação. Sua reação apresenta uma mensagem que se aplica não somente a pessoas em sofrimento, mas a toda pessoa que vive na terra. É a história de todos nós. É a nossa fidelidade colocada à prova, seja na tribulação ou na bonança. Pois fidelidade a Deus independe de termos algo ou não, de estarmos com saúde ou doente. Fidelidade a Deus é na verdade um casamento, onde fazemos um juramento ao nosso cônjuge no altar diante do juiz e das testemunhas. É servir a Deus pelo o que Ele é e não pelo o que Ele dá e faz. Essa é a mensagem de Jó.

Quando lemos esses dois primeiros capítulos de Jó aprendemos algumas lições preciosas para as nossas vidas.

A PRIMEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE A FÉ NÃO É POR CONTRATO: FAÇA O BEM E SERÁ ABENÇOADO; FAÇA O MAL E SERÁ PUNIDO (Jó 1.1-5,8,2.3).

Quem dá testemunho de Jó é o próprio Deus diante dos santos anjos e de Satanás. O Senhor fala de Jó como um homem íntegro em sua fé. O Senhor o abençoava por ele ser um homem fiel, mas a fidelidade de Jó independia de ter ou não o que possuía e de ser ou não abençoado por Deus. Jó não havia feito um contrato com Deus: se me abençoar eu te sirvo, se não me abençoar eu lhe abandono. Jó não agia assim, embora muitas pessoas ajam assim com Deus nos dias hoje. 

1º - Em primeiro, lugar Jó era um homem que temia ao Senhor (Jó 1.1). Temer ao Senhor significa respeitá-lo por seu caráter, seus atos e suas palavras. Esse temor não é medo que faz o escravo encolher-se diante de seu senhor, mas sim a reverência amorosa de um filho diante do pai, um respeito que conduz à obediência [1]. Temor é o amor posto em prática através da reverência. Jó temia a Deus por O amava.

2º - Em segundo lugar, Jó era um homem de caráter (Jó 1.1). O texto nos diz que Jó era um homem integro e reto. Isso não quer dizer que ele não tinha pecado, mas que procurava andar de forma a glorificar a Deus diante da sua família e da sociedade em que vivia. A palavra “íntegro” quer dizer completo, pleno, sem hipocrisia ou duplicidade. Como nos diz Tiago 1.7,8:

“Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos” (ARA).

Jó era um homem em quem se podia confiar. Nele não havia maldade, ele era um homemsincero.  Etimologicamente, a palavra sincero vem de sincera, que é a junção de duas outras palavras do latim, “sine cera” e foi inicialmente utilizada pelos romanos. Isso porque os artesãos ao fabricarem vasos de barro, muitos se rachavam e para esconder tais defeitos, era usando para tal uma cera especial. “Sine cera” queria dizer “sem cera”, que era a qualidade esperada de um vaso perfeito, muito fino, que deixava ver através de suas paredes aquilo que guardava dentro de si. O vocábulo sincero evoluiu e passou a ter um significado muito elevado. Sincero, é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. Aquele que é sincero, como acontecia com o vaso, deixa ver através de suas palavras aquilo que está guardado em seu coração, sem nada temer nem ocultar. Jó era assim.

3º - Em terceiro lugar, Jó era rico, mas seu coração não estava na riqueza (Jó 1.3,21). Jesus já nos alertou que nós não podemos servir a dois senhores: “A Deus e as riquezas” ou “mamom” (Mt 6.24). A riqueza tem sido buscada muito hoje em muitas igrejas. As pessoas vão ao culto buscar uma bênção e não adorar a Deus. O lugar onde mamom tem sido mais adorado tem sido nas igrejas onde se prega o Evangelho da Prosperidade. Lá não existe mensagem de salvação, mas mensagem de enriquecimento, cura e libertação. As pessoas não saem com seus nomes escritos no Livro da Vida, mas com a certeza de que serão ricas e bem sucedidas nesta vida. Para estes pregadores a vida no provir não existe. Para eles o céu é aqui e agora.

Jó temia a Deus independentemente de ser rico ou não.

4º - Em quarto lugar, Jó ensinava o temor ao Senhor aos seus filhos (Jó 1.5,6). Jó era exemplo fora e dentro de casa. Ele não era crente somente diante dos homens, mas também diante da sua família. Jó não era como Naamã que era herói na sociedade, mas dentro de casa todos sabiam que ele era leproso. A integridade de Jó era vista por seus familiares. Jó levantava altares dentro de seu lar. Ele intercedia pelos seus filhos e os fazia se voltar para Deus em todo tempo. Ele orava pelos filhos e com os filhos.

A SEGUNDA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE NINGUÉM ESTÁ LIVRE DAS ADVERSIDADES E CALAMIDADES DA VIDA (Jó 1.13-21; 2.4-7).

Jó, da noite para o dia perdeu todos os seus bens, todos os seus filhos e, algum tempo depois, a sua saúde. Jó ficou falido, desprovido da companhia dos filhos e por fim, ficou extremamente doente. E para piorar sua esposa desejou a sua morte e seus amigos o acusavam de pecado.

Quando as calamidades e adversidades vêm sobre uma pessoa boa sempre surge àquela velha pergunta: “Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?”

1º - Em primeiro lugar, é bom deixar claro que a única pessoa boa que esteve nessa terra foi o Senhor Jesus e, mesmo assim, sofreu mais que todos nós juntos. Ele morreu pelos nossos pecados, levou sobre si as nossas culpas, se tornou maldito em nosso lugar para que hoje nós fôssemos benditos do Senhor. Como nos diz Isaías:

“Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima” (Isaías 53.3 – NVI).

2º - Em segundo lugar, coisas ruins acontecem com todas as pessoas, independente de serem boas ou não. O mundo é um lugar extremamente perigoso, basta lermos o Salmo 91 que veremos isso. Devido ao pecado, o homem mostrou a sua carranca maldosa e tem gerado o mal uns aos outros. Somos maus por natureza. Uns de forma mais intensa, outros menos, mas ninguém é bom, ninguém merece o Céu. Como disse o apóstolo Paulo: “Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus”(Romanos 3.10,11).

O mundo é um lugar perigosíssimo para se viver. Veja os noticiários de quantos assaltos, balas perdidas, sequestros, mortes e torturas. Isso sem contar com os nossos governantes que nos roubam e os juízes que julgam por causas próprias.

3º - E em terceiro lugar, nós temos um terrível adversário que é o diabo. Este tem como único objetivo trazer destruição ao ser humano. Ele só sabe fazer três coisas: “matar, roubar e destruir”; não há nele bondade alguma. Ele é um ser totalmente destituído de luz. Totalmente destituído de graça, mas se mostra como portador de luz e graça. Quem lhe dá ouvidos acaba com a vida destruída e está caminhando a passos largos para o inferno.

Ele é mentiroso desde o princípio, seduziu um terço dos anjos e enganou nossos primeiros pais e continua fazendo isso até hoje. Tentou o próprio Senhor Jesus no deserto, mas louvado seja o Senhor que o venceu, tanto no deserto quanto na cruz.
Observe o texto que quem tocou em Jó foi Satanás e não o Senhor. Foi o diabo que colocou em dúvida a integridade de Jó e não o Senhor. 

A TERCEIRA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE SATANÁS SÓ PODE NOS TOCAR COM A PERMISSÃO DIVINA (Jó 1.12; 2.6).

Nas palavras de Martinho Lutero, “Satanás é um cachorro na coleira de Deus”.

Por mais estranho que pareça, Deus permite que o diabo nos toque. Muitas vezes nós não sabemos por que o Senhor permite isso, mas para tudo a um propósito divino nisso. No caso de Jó era para mostrar para o próprio diabo que é possível sim servir a Deus em meio às adversidades e calamidades da vida. Mas a pergunta insiste: “Por que Deus permite que Satanás nos toque?” Nós não temos todas as respostas, mas podemos enumerar algumas.

1º - Deus permite que Satanás nos toque para o nosso crescimento espiritual. As adversidades provocadas por Satanás em nossas vidas servem como um purificador da nossa fé. Assim como o ouro precisa passar pelo fogo para tirar as impurezas do mesmo modo, o Senhor deixa o diabo nos tocar para purificar a nossa fé. Para termos uma fé sadia, bem firmada e não uma fé trôpega.

Uma fé sadia é uma fé firmada em valores esternos e não em coisas passageiras. O apóstolo Paulo escrevendo aos Filipenses 4.10-13 diz assim:

“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece”

A fé nos leva crescer e deixar a meninices espirituais. A fé madura nos faz aprender e por em prática o aprendizado. É essa fé que o Senhor quer de cada um de nós. 

2º - Deus permite que Satanás nos toque para não nos esquecermos que estamos em guerra. O Reverendo Hernandes Dias Lopes diz que a vida não é colônia de férias. Paulo escrevendo aos Efésios 6.10-18 nos diz que devemos estar revestidos de toda armadura de Deus para podermos ficar atentos contra as ciladas do diabo. Porque a qualquer momento pode vir o dia mal.

O diabo arma ciladas. Esta palavra no grego é metodeia de onde vem a palavra método. Para cada pessoa, ele usa uma estratégia diferente. Ele ousa mudar os métodos.

Por isso que o Senhor nos leva para o campo de batalha espiritual para nos treinar para vencermos o diabo e seus ardis. Para aprendermos a usar o escudo da fé, e entendermos que a vida espiritual está acima da nossa compreensão. Se há uma guerra aqui na terra, saiba que também há uma peleja também no céu.

Em segunda Coríntios 2.11 Paulo nos diz: “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”.

Há dois erros que muitos cristãos cometem quando se trata de batalha espiritual. Um é superestimar Satanás, o outro é subestimar Satanás. Com o diabo não se brinca, mas não devemos temê-lo, pois ele já foi vencido na cruz do calvário por nosso Senhor Jesus Cristo. Veja o que Tiago 4.7 nos fala: 

“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.

A nossa vitória está na nossa sujeição a Deus e na nossa própria força.

3º - Deus permite que Satanás nos toque para firmar a nossa fé. Satanás insinuou que Jó só servia a Deus porque tinha tudo de bom e de melhor, que se tudo lhe fosse tirado ele blasfemaria diante de sua face (Jó 1.11). Essa mesma insinuação continua hoje. Para o diabo Jó amava mais o dinheiro que a Deus, mais a sua família que a Deus, mais a sua saúde que a Deus, mais a sua reputação que a Deus. E nós? Quem nós amamos mais? Não que Deus não saiba, mas nós precisamos saber quem nós amamos mais.

Em que e em quem a nossa fé está firmada? Jesus nos deixou um sério alerta em Mateus 10.34-38:

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (ARA).

A nossa fé está no Senhor e só a Ele devemos amar mais que todas as coisas.

4º - Deus permite que satanás nos toque porque Ele quer nos mostrar quem são os nossos verdadeiros amigos na hora da prova. Amigo não é aquele que concorda com a gente em tudo, mas é aquele que ousa discordar de nós também. Amigo é aquele que, por amor, nos aconselha, nos mostra onde estamos errando e está do nosso lado nos tempos bons e nos tempos maus.

Amigos de Jó há muitos por aí. Gente que está ao nosso lado nos dias bons, mas nos dias maus são verdadeiros acusadores de pecados que não cometemos. É na adversidade que conhecemos os nossos verdadeiros amigos.

5º - Deus permite que Satanás nos toque porque Ele quer que o conheçamos não na teoria, mas na prática (Jó 42.5,6). Há muitas pessoas que foram criadas desde a infância na igreja, mas nunca tiveram uma experiência real com o Senhor. A vida cristã é mais que guardar a Lei do Senhor, é uma vida de intimidade com Deus.

Em nossas igrejas hoje há muitas pessoas piedosas, mas que não conhece a Deus como Ele é. E é através de uma experiência muitas vezes amarga que descobrem quem é o Senhor. Como disse Timothy Keller:

“Na teoria, eu sempre soube que Jesus é tudo que alguém precisa para seguir adiante. Mas ninguém sabe de verdade que Jesus é tudo do que a pessoa precisa até que Jesus seja a única coisa que lhe resta”.

6º - Deus permite que Satanás nos toque por causa do pecado. Como dizem os neopentecostais: tem gente que dá legalidade ao diabo. Há muitas pessoas brincando com o pecado e depois sofrem as suas consequências. O Senhor permite que o diabo venha e toque porque tal pessoa está em desobediência.

Não brinque com o pecado. Não brinque com as coisas de Deus. Não brinque com o sagrado. Não profane o templo do Espírito Santo que é você.

QUARTA LIÇÃO QUE APRENDO É QUE PODEMOS PASSAR POR VÁRIAS PROVAÇÕES SEM PECAR (Jó 1.22; 2.10c).

O pecado é uma opção. Diante das provas da vida nós temos dois caminhos: o da fidelidade ou o da infidelidade a Deus. Em Apocalipse 16.8-11 nos diz que diante do sofrimento que está por vir os homens blasfemarão o nome do Senhor:

“O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória. Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras”.

Jó andou totalmente na contramão de tudo isso. Diante da dor e da calamidade ele não pecou, mas se arrependeu no pó e na cinza (Jó 42.6).

Timothy Keller diz que às vezes, o objetivo do sofrimento é disciplinar e corrigir padrões errados (como no caso de Jonas, castigado pela tempestade); às vezes, seu objetivo é não é corrigir erros passados, mas prevenir erros futuros (como no caso de José vendido como escravo); outras vezes, o único propósito é nos levar a amar Deus com mais fervor simplesmente por quem Ele é, e, assim, encontrarmos paz e liberdade absolutas [2].

Quando se tem essa maturidade espiritual nós não caímos na tentação do pecado. Podemos não entender o que está acontecendo, mas não nos deixamos levar pela situação. Por isso eu quero deixar três conselhos quando você estiver diante de uma situação como a de Jó ou semelhante a esta.

1º - Cale a boca. É isso mesmo, cale a sua boca. Pensar você até pode, mas não abra a sua boca para falar contra Deus. Isso é muito comum, mas não faça tal coisa. você pode minar a fé de alguém com essa atitude (Sl 73.13,14).

Uma vez eu fui a um velório de um senhor. A filha do falecido alisava o rosto do pai morto e dizia assim: “Que pecado Deus cometeu contigo!”. “Ele não podia ter feito isso”. Ao ver isso eu lhe disse que Deus não peca e que se Ele o levou é porque Ele tem toda autoridade sobre tudo. Ela podia até chorar pela perda do pai, mas não tinha o direito de pecar contra o Senhor.

2º - Busque ao Senhor em oração (Sl 73.16,17). Meu irmão, na hora da adversidade vá orar. Vá buscar a face do Senhor, pode ser que Ele lhe revele o porquê de tudo isso. Mas independentemente dele lhe revelar ou não, através da oração o Senhor acalma o nosso coração e ameniza a dor.

3º - Repreenda a voz do diabo em seu ouvido. O diabo é como o vírus do herpes que ataca quando a imunidade do corpo está baixa, da mesma forma o diabo é oportunista diante da nossa baixa imunidade espiritual. Por isso repreenda a sua voz tentando nos desestabilizar diante da crise.

A voz do diabo na vida de Jó foi a sua mulher e os seus amigos, mas ele não se deixou levar por eles em momento algum. Por isso vigie e lute contra isso.

CONCLUSÃO

O que Jó passou só nos mostra que a vida é muito dura e estamos sujeitos a tudo nesta vida. Quando lemos o livro de Jó devemos entender que o livro não fala de sofrimento, mas de fé. É a história de um homem que foi escolhido por Deus para passar por uma experiência penosa e estarrecedora através da tribulação. Sua reação apresenta uma mensagem que se aplica não somente a pessoas em sofrimento, mas a toda pessoa que vive na terra. É a história de todos nós. É a nossa fidelidade colocada à prova, seja na tribulação ou na bonança. Pois fidelidade a Deus independe de termos algo ou não, de estarmos com saúde ou doente. Fidelidade a Deus é na verdade um casamento, onde fazemos um juramento ao nosso cônjuge no altar diante do juiz e das testemunhas. É servir a Deus pelo o que Ele é e não pelo o que Ele dá e faz. Essa é a mensagem de Jó.

Pense nisso!

Fonte:

1 – Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo – Volume III, Poéticos. Editora Geográfica, Santo André, SP, 2012: p. 8.
2 – Keller, Timothy. Caminhando Com Deus em Meio à Dor e ao Sofrimento. Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 2016: p.62.

domingo, julho 16, 2017

Projeto de Evangelização Nacional 2018

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A Palavra de Deus
Por: João Cruzué
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Uma pessoa conhecida nossa presenciou, não faz muito tempo, uma cena lamentável. Achei o assunto oportuno, para uma comentário da situação atual da Igreja Evangélica no Brasil. Se, por acaso, você gostar deste artigo, por favor, faça o seu projeto e passe adiante este texto, sendo que desta vez não precisa colocar meus créditos. Seguinte,  o Brasil precisa de Jesus dentro de cada lar, para iluminar a mente de cada ente na busca de solução urgente para os grandes problemas do cotidiano: problemas de saúde, dependência de drogas, depressão, desemprego, fome, alcoolismo e suicídio. 

Não devemos nos enganar, achando que projetos políticos vai trazer honra para a Igreja e a solução para os problemas do país, porque isto não vai acontecer.  Também não devemos nos iludir, esperando pelo dia em que nosso líder máximo de nossa Igreja vai chegar em nossa congregação com um plano abrangente de evangelização das almas perdidas que se encontram escravizadas pelo diabo. Respeitando as exceções,  pode ser que ele não ache isto prioritário...

Vamos a alguns fatos.

1) Recentemente, sofri a perda de um parente querido. Tive a oportunidade de visitá-lo no Hospital. Eu já havia trabalho seis anos em um deles. Sei muito bem o que esperar de um Hospital público, apesar do empenho da maioria de seus servidores. O que revi ali me deixou muito preocupado. Em poucas palavras, entre a vida de um velho e a de um jovem, dada a falta de quase tudo, os médicos  estão, a contragosto, escolhendo de quem vai viver e, por conseguinte, quem vai morrer.  Na balança das escolhas, os velhos sempre saem perdendo.

2) Na periferia das grandes metrópoles, antes,  era possível ver o povo pentecostal trabalhando em projetos de evangelização: cultos ao ar-livre, visita às comunidades, evangelização de porta-em-porta... . Hoje, excetuando o trabalho dos Testemunhas de Jeová que não mudaram sua metodologia, via de regra, não existe mais  crente evangelizando.  O que tenho presenciado  tem sido a ação "evangelizadora" das facções do tráfico de drogas. O país está literalmente apodrecendo  por falta do sal e da luz  que só Igreja tem. 

Mas como?  se há uma dezena delas em cada Rua? Sim, isto é verdade,  mas o evangelho que pregam fica restrito às quatro paredes. Em lugar do "ide-por-todo-mundo", está sendo praticado o "quem-quiser-venha-aqui-e-beba".

3) Você então poderia questionar-me: E o evangelho neo-pentecostal? Ele não está tão fortemente presente no Rádio e na TV? Sim, ele está. Todavia, Deus me perdoe a franqueza, aquele evangelho, na verdade,  tem funcionado como atividade-meio. A julgar pelo foco e insistência durante os cultos o objetivo dele tem sido a busca incansável por aquilo que está no bolso dos fiéis.  Prove! Sim, eu posso. Outro dia eu vi e ouvi na TV um fulano que se diz Bispo e que se veste de saco, sugerindo aos fiéis que não tivessem dinheiro que fizessem um empréstimo no banco para fazer com ele uma doação pela "fé" para sua igreja. Nisso eu pude ver a ação de um falso profeta, explorando gente desesperada por um milagre de Deus. Não posso racionalizar com um evangelho desses.

Depois de ter dito estas coisas, você pode perguntar para mim: acabou? E eu vou dizer: quase.

4) Lembra do que falei no começo, de que você poderia se decepcionar com a visita do líder maior da Igreja na sua congregação? Então, escute isso. Uma pessoa amiga contou-me que o Pastor Presidente da sua Igreja estava visitando a congregação em um culto de santa ceia. Junto dele, veio parte de sua família. No final da pregação, aquele líder da Igreja começou anunciar  - não um projeto nacional de evangelização para ganhar para Jesus as almas dos que estão perdidas no pasto do diabo, mas a pré-candidatura de um familiar seu a um cargo de representação política. E não foi isso a primeira vez, mas uma de muitas. Evangelizar? ora evangelizar...

5) Para concluir segue este quinto exemplo. Uma jovem médica, da família de uma congregação conhecida, tirou a própria vida, cometendo suicídio. Apesar de médica, bem empregada, ganhando bem, aparentemente, não houve ninguém que ouvisse a voz do Espírito Santo para ir até ela conversar. Ou pior, o Espírito falou, mas a pessoa não foi. Quero acrescentar duas coisas. Segundo soube, ela tinha se afastado da Igreja. E acho eu que  Igreja também havia se afastado dela.  

Assim está a situação atual das grandes Igrejas Evangélicas no Brasil. 

Tenho visto as lideranças de grandes Igrejas focadas na representação política. Está virando rotina grandes Igrejas fundando partidos políticos para se dar bem no poder.  Não condeno aos crentes o exercício da política e aos que não têm chamada ministerial, não vejo problema e concorrer a cargos de representação política. Entretanto, quero lembrar que apesar de tantos pastores em cargos políticos, os hospitais continuam sem recursos financeiros, os velhinhos nas UTIs continuam indo embora para dar chances a uma criança ou a um jovem. Quanto ao evangelho neo-pentecostal ele fermentou, sim,  a ação da Igreja, trocando sua atividade-fim pela atividade-meio. A paixão pelas almas pelo amor ao dinheiro.  Enquanto isso o sistema do tráfico de drogas segue firme "evangelizando" as crianças e jovens periferia das grandes cidades.

Ponto.

Depois de ter dito coisas tão deprimentes, quero dizer que não vim aqui apenas para repetir palavras de desânimo, tal como profeta Elias escondido na caverna. Não! Eu vim para dizer algo especial. Assim como Deus deu três tarefas para Elias vencer o desânimo, este mesmo Deus tem grandes promessas para cada brasileiro. Não vou iludir a mim nem a você esperando ou achando que a partir de hoje cada Pastor que ler este texto irá depois para sua casa, sentar à mesa da cozinha, para desenhar um projeto de evangelização sob a inspiração do Espírito Santo. 

Eu estou aqui para dizer que a solução dos problemas de nossa nação ainda é  Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele, sim,  tem boas novas de perdão, regeneração, salvação, mudança de coração para traficantes, bandidos, crentes desviados, suicidas, pastores falsos-profetas, políticos ladrões e aviõezinhos do tráfico.

Quando isto vai acontecer? Quem irá anunciar estas boas novas aos ouvidos destas almas? Sabe, isto é tarefa para mim e para você. Disse Jesus assim: onde estiver dois ou três reunidos em Meu nome, ali eu também estarei no meio deles. O ano de 2018, assim como o ano de 2017, é o ano aceitável da misericórdia de Deus. 

Se eu e você tivermos consciência disso, podemos começar a fazer a obra de Deus ainda esta semana.  Um projeto de evangelização começa  quando alguém dá lugar à voz do Espírito Santo que pergunta: Quem enviaremos, e quem há de ir por Nós?  Acredito muito no poder de uma conversa durante uma visita a uma ovelha desviada, uma vista a um doente no hospital. Oportunidades há muitas, basta começar com apenas uma por semana e manter a disciplina. Isto faz parte de um Projeto Nacional de Evangelização. Se você orar, se você interceder, o Espírito Santo vai lhe ajudar a decidir sobre o que fazer e quando fazer.

O que você vai ganhar com isto? Eu posso dizer com certeza que quando o Espírito de Deus vê em seu coração o que está disposto a fazer, ele vai se alegrar. E quando Ele se alegra, o coração de quem Lhe dá lugar também se enche de grande alegria.  Peço que faça seu projeto, trabalhe nele toda semana, e passe o assunto adiante para mais 2 crentes amigos.

cruzue@gmail.com